18 de julho de 2011

Eu realmente não entendo

O bordão mais conhecido do universo stand up comedy é a expressão eu não entendo. E nunca na história deste país esta expressão foi tão coerente.

Por exemplo:

- Eu não entendo como o Mano Menezes se torna o algoz de uma seleção que tem a cara do comandante da Casa Civil do futebol brasileiro. Uma seleção que tem um plano de negócios como meta ao invés de resultados em campo. Uma seleção que tá mais preocupada com o volume de merchandising do que com as condições táticas. Salve salve Juca Kfouri, o pensador da era contemporânea que diz em seus ensinamentos. Oferecimento chá de cadeira, esperando a queda de Ricardo Teixeira.

- Eu não entendo um deputado acaba transformando imunidade parlamentar em palco de cinema, lembrando os áureos tempos dos Intocáveis na Chicago de Cappone. Como Jair vira celebridade irracional usando a chancela que tem pra promover aquilo que uma geração inteira está tentando extinguir, ou seja, o preconceito. Bolsonaro parece aqueles puritanos da década de setenta que era intolerante com os negros, com os pobres e com os judeus. E pior, o conselho de ética do órgão parlamentar que ele pertence, diz que não pode fazer nada para proteger a soberania da imunidade parlamentar. Impressionante tal conclusão.

- Eu não entendo como o país luta incansavelmente pra sediar a Copa do Mundo e as Olimpíadas, e de repente, da noite pro dia, depois de tantos anos, a gente descobre que o Brasil não tem condições mínimas pra sediar porque somos envolvidos numa malha de corrupção incumensurável. Como a gente consegue tolerar a falta de trem bala, a falta de estrutura portuária, a falta de estrutura aeroviária, a falta de segurança nacional, a falta de ética na saúde pública, e ainda viver tentando ser feliz? Somente o brasileiro mesmo, um povo tão esperançoso e feliz que dá orgulho de viver no melhor lugar do mundo. Pena que não conseguimos ainda dar arma para o povo.

- Se o voto é a arma do povo, precisamos então melhorar a pontaria porque o tiro tá saindo pela culatra.

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